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Museu do Neo-Realismo
- É proibida a edição de Cadernos da Juventude
em 1937
Cadernos da Juventude, iniciativa editorial destinada a revelar a atividade literária dos “novos”, é editada em Coimbra em novembro de 1937 por um grupo de jovens intelectuais, alguns dos quais viriam a ser nomes destacados do neorrealismo, como Fernando Namora, Manuel Filipe, Manuel da Fonseca, Mário Dionísio ou Políbio Gomes dos Santos.
Num registo de Joaquim Namorado, o autor afirma “é no prefácio de Cadernos da Juventude (...) que as coordenadas do neo-realismo se apresentam pela primeira vez em bloco: a defesa de uma arte social, enraizada nas realidades nacionais, realista, anti-subjectivista e anti-naturalista, cujo fundamento ideológico seria um racionalismo moderno”.
A edição nunca virá a público, porque foi apreendida e destruída pela PVDE, sendo oficialmente proibida a 27 de dezembro do mesmo ano.
Pelo menos dois exemplares escaparam à mão da censura, um dos quais chegou à Biblioteca Municipal de Coimbra, onde o seu diretor, Carlos Santarém de Andrade, o reeditou meio século depois em fac-simile. O outro, proveniente dos Serviços de Censura e Imprensa, encontra-se nos aquivos do Palácio Foz.
Cadernos da Juventude está atualmente disponível online no sítio Cadernos da Juventude, do Programa Revistas Ideias e Culturas, resultado do protocolo estabelecido entre Câmara Municipal de Vila Franca de Xira e a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
(http://ric.slhi.pt/Cadernos_da_Juventude/revista).