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- Abertura da exposição "Mário Soares e o Neorrealismo"
Curadoria de David Santos
O Museu do Neo-Realismo assinala o centenário de nascimento de Mário Soares com a exposição documental Mário Soares e o Neorrealismo. Com curadoria de David Santos, a exposição abre ao público no próximo dia 26 de novembro, pelas 10h00, e centra-se particularmente na relação de Mário Soares com os neorrealistas, com quem partilhou a esperança da transformação política e social de Portugal no imediato pós guerra.
“A 23 de outubro de 2008, por ocasião do primeiro aniversário do Museu do Neo-Realismo no edifício desenhado pelo arquiteto Alcino Soutinho, Mário Soares deu uma palestra no nosso auditório sobre a importância cultural do movimento, afirmando no final: “Permitam-me que termine referindo o meu próprio caso. Na época em que estive no Partido Comunista (enquanto frequentei a Faculdade Letras de Lisboa, entre 1942 e 1949) fui militantemente neorrealista e leitor de tudo o que se ia publicando dessa corrente. Posso dizer que conheci todos os autores e que, de bastante deles, fui amigo íntimo e companheiro de tertúlias.”
No centenário do seu nascimento e como homenagem a um dos principais responsáveis políticos pela instauração da Democracia em Portugal, o Museu do Neo-Realismo apresenta uma exposição documental que procura dar testemunho sobre a relação de Mário Soares com o movimento do neorrealismo, em particular com alguns dos seus protagonistas, a partir de cartas, fotografias e outros apontamentos biográficos que o aproximam de escritores como Carlos de Oliveira, Manuel da Fonseca, Mário Sacramento ou Orlando da Costa, mas também de artistas plásticos como Júlio Pomar ou Francisco Castro Rodrigues, que dele fizeram dois inesquecíveis retratos, quando partilharam o cárcere, na Prisão de Caxias, em meados de 1947.
Esta mostra pretende ainda destacar a sua ligação a Vila Franca de Xira (“Presidência Aberta” de 1993) e ao Museu do Neo-Realismo, onde participou em diversas iniciativas, desde a palestra do primeiro aniversário à exposição realizada em 2010, numa parceria com a Fundação Mário Soares, dedicada à memória do Campo de Concentração do Tarrafal (Cabo Verde), passando ainda pela emocionada evocação do Centenário, em 2012, do escritor brasileiro Jorge Amado, amigo de longa data de Mário Soares.”
(David Santos)
Patente até 30 março de 2025 na livraria do Museu.
Entrada livre.