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- Ciclo de Arte Contemporânea Movimento de Resistência
Exposição "O Móvel e o Imóvel" de Luciana Fina
No âmbito do Ciclo de Arte Contemporânea Movimento de Resistência, inaugurou no dia 16 de novembro de 2024, pelas 15h00, a exposição O Móvel e o Imóvel de Luciana Fina. Com curadoria de David Santos, a exposição explora a relação entre o cinema, a história, a memória e palavra, em diálogo com o espaço instalativo do Museu.
“Entre Itália e Portugal, Luciana Fina investiga desde há muito a confluência entre o real e a imaginação reflexiva, isto é, as relações do documentalismo cinematográfico com a história, a sua memória, as linhas da arquitetura, as palavras e os significados da literatura, ou a expressividade formal das artes plásticas, questionando com acuidade e fascínio o poder da representação da imagem na sua relação com o sujeito, em especial os efeitos do seu cosmos, as suas referências e características, no desenvolvimento da sua mundividência e responsabilidade social.
Luciana Fina realiza uma obra de profunda empatia e sensibilidade, onde coabitam em harmonia as dimensões estética, existencial, social e política da sua mensagem de solidariedade (geracional e civilizacional). Os seus trabalhos são, por isso, exercícios de uma implicada reflexão sensorial que ajudam a definir, em termos conceptuais, uma ideia de comunidade. Com Luciana Fina, a expressão artística individual só apresenta resultados quando afirma uma aposta gregária, uma teia de relações entre os sentidos, o intelecto e a consciência do nosso lugar no mundo, com os outros. Isto é, quando o “eu” se transforma no “nós”, a partir da experiência partilhada da obra de arte.
Num depoimento sobre o seu processo de trabalho, a artista revela-nos: “O cinema entrega-se ao movimento e entrega-nos movimento... É preciso desconstruir e associar […] O cinema ou o documentário não se assumem para mim como uma hipótese de revelação do mundo e ao redefinirem-se constantemente assumem-se como uma hipótese de estar ao mundo.” O cinema e a arte constituem-se assim não apenas como ferramentas ou disciplinas de expressão artística, mas sobretudo como um “estar ao mundo”. Ou seja, abrem um universo de possibilidades sobre a comunhão existencial que o gesto da arte significa”.
(David Santos)
Entrada livre.