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- Nota de pesar pelo falecimento

de Eduardo Gageiro
Foto de Gerardo Santos, publicada a 4 de junho de 2025, no Diário de Notícias.
O Museu do Neo-Realismo lamenta o falecimento do fotógrafo Eduardo Gageiro, figura maior da cultura portuguesa do último século.
Eduardo Gageiro nasceu em Sacavém a 16 de Fevereiro de 1935.
Começou a sua vida profissional como empregado de escritório na Fábrica de Loiça de Sacavém de 1947 a 1957, onde conviveu de perto com pintores, escultores e operários fabris. Esta experiência foi decisiva na sua decisão de fazer fotojornalismo.
Por essa altura, aos 12 anos, publica a sua primeira fotografia na primeira página do Diário de Notícias. Já em 1957 começa a sua atividade de repórter fotográfico no Diário Ilustrado.
Foi fotógrafo do Diário Ilustrado, O Século Ilustrado, Eva, Almanaque, Match Magazine, editor da revista Sábado, Associated Press (Portugal), Companhia Nacional de Bailado, da Assembleia da República e da Presidência da República. Trabalhou, nomeadamente, para a Deustche Gramophone - Alemanha, Yamaha - Japão e para a Cartier.
No dia 25 de Abril de 1974, Eduardo Gageiro foi um dos fotógrafos que registou momentos centrais da Revolução dos Cravos e da grande alegria do povo português com os Capitães de Abril.
Até aos dias de hoje, é o único português com uma fotografia em exposição permanente na Casa da História Europeia, em Bruxelas, desde 2014.
Foi a Eduardo Gageiro que o Museu do Neo-Realismo recorreu para, através da fotografia documental, retratar a realidade e as circunstâncias da época em que o Neorrealismo assumiu um papel determinante na cultura portuguesa. Com ousadia, inteligência e coragem, Eduardo Gageiro usou a sua lente para intervir politicamente durante o “Estado Novo”, num tempo em que a Censura rejeitava qualquer imagem demonstrativa da realidade portuguesa.
As suas fotografias foram essenciais para essa ilustração na primeira exposição de longa-duração do Museu do Neo-Realismo – Batalha pelo Conteúdo -, bem como noutras exposições marcantes da história do Museu, como o foram a homenagem a Baptista Bastos comissariada por David Santos e Miúdos, a vida às mãos cheias – A infância do Neo-Realismo português, com curadoria de Violante F. Magalhães e Carina Infante do Carmo.
Foram muitas as iniciativas em que nos honrou com a sua presença ao longo dos anos e através das quais nos ajudou a construir este Museu.
Aos seus familiares e amigos, o Museu do Neo-Realismo expressa as suas mais sentidas condolências.