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- Pintura de Rogério Ribeiro revelada





Intervenção do Núcleo de Conservação e Restauro
No passado dia 31 de maio o Museu Neo-Realismo inaugurou uma exposição sobre o trabalho que Rogério Ribeiro desenvolveu no período em que o movimento neorrealista determinou as tendências artísticas em Portugal. A exposição Fazer crescer a vida – Rogério Ribeiro e o neorrealismo, com a curadoria de David Santos, evoca a diversidade técnica e estética do artista, numa vasta concentração de trabalhos que o artista realizou nesta fase, o que só foi possível pela colaboração de praticamente todas as entidades e particulares detentores de obras de Rogério Ribeiro, através do empréstimo de obras de arte.
Como é prática da Câmara Municipal e do Museu do Neo-Realismo, sempre que necessário, e com o devido acordo dos emprestadores, o Núcleo de Conservação e Restauro (NCR) intervém nos bens culturais, contribuindo para a sua valorização e salvaguarda.
O contacto direto que a área da conservação e restauro tem com os bens culturais no decurso das intervenções privilegia momentos nos quais se desvendam particularidades das obras. No caso da referida exposição, durante a intervenção de conservação e restauro da pintura Mulher arranjando peixe de 1957, um óleo sobre aglomerado de madeira, revelou-se a existência de uma segunda pintura no verso. A primeira encontra-se orientada na vertical e a última tem uma composição na horizontal (Figuras 1 e 2).
Partilhando o mesmo suporte a pintura, até agora desconhecida, estava coberta com uma folha de papel. O facto deste se encontrar colado sobre a pintura exigiu um apurado trabalho de conservação e restauro por parte da equipa (Figuras 3 e 4).
A situação de reaproveitamento de suportes não é rara no universo dos artistas neste período, pelas dificuldades de aceder aos materiais necessários às suas atividades artísticas, porventura o artista poderá ter desconsiderado a obra, reutilizando o suporte para um novo trabalho.
No sentido de permitir a visualização de ambas as obras, o trabalho está exposto sobre um plinto, à semelhança dos trabalhos de escultura (Figuras 5 e 6) e poderá ser apreciado até ao dia 4 de outubro de 2025, data de términus da exposição.