Poeta e novelista da primeira geração neorrealista, fez parte do chamado Grupo de Coimbra. Depois de rápido início de carreira poética, foi alvo de injusto esquecimento por largos anos. A tentativa de, embora já tardiamente, se refazer do ostracismo intelectual a que fora quase por completo votado esbarrou na censura fascista que selou com a apreensão e proibição de circular a sua última compilação literária, sintomaticamente intitulada Poesia Amordaçada.
Escritor de formação autodidata, ocupou um papel central na estrutura de ação do núcleo do Grupo Neorrealista de Coimbra, nomeadamente na montagem do órgão literário do movimento, a revista Vértice (de que foi funcionário administrativo durante longo tempo), logo nos tempos difíceis da sua fundação, desde 1945. Coordenou o Cancioneiro Sob o Signo do Galo.
Entre as obras que escreveu contam-se os livros de poemas Para Que Tudo Renasça (1948); Tempo de Silêncio (1953) e Escombros - poemas e narrativas (1957). Amigo próximo de Fernando Lopes Graça, colaborou como poeta nas Marchas, Danças e Canções, musicadas pelo compositor.
Faleceu na Figueira da Foz em 1985.
O Espólio Literário de José Ferreira Monte deu entrada no Museu do Neo-Realismo em 1993, entregue pela esposa Lucília Simões Chuva Ferreira. A formalização da doação ocorreu em 1995.
Fonte Museu do Neo-Realismo, espólio de José Ferreira Monte.